O Ceará está abaixo da média nacional em número de médicos no Sistema Único de Saúde, tendo o quarto pior índice do País. Pesquisa do Ipea apontou ainda que Estado é oitavo com mais leitos públicos de internação.
O Ceará tem 2,2 médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) para atender mil habitantes. Essa é uma das conclusões da pesquisa Presença do Estado no Brasil, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com o índice, o Estado é o quarto pior em quantidade de médicos, ao lado do Tocantins, e está abaixo das médias nacional e do Nordeste - 3,1 e 2,4, respectivamente.
A pesquisa foi feita com base em dados de 2009 do Ministério da Saúde. O Estado com a maior proporção entre médicos e população é Sergipe, com 4,2 profissionais para mil habitantes.
Segundo o Ipea, os resultados mostram que os profissionais mais bem qualificados estão concentrados nas regiões mais desenvolvidas economicamente. A pesquisa mostra ainda que o Ceará é o oitavo com mais leitos públicos de internação, com 14.810.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), José Maria Pontes, os índices cearenses só vão melhorar quando houver mais incentivos à carreira médica no setor público. Segundo Pontes, não há um número que seja considerado adequado por entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS).
%u201CNão existe estímulo para o médico trabalhar no SUS. A maioria dos empregos no SUS são precários, não têm direito trabalhista, ganham pouco e a demanda é muito alta. É só ir nos Frotinhas e ver a quantidade grande de paciente que um médico atende%u201D, cita. E a situação está piorando, alerta o médico, porque cada vez mais os profissionais estão deixando de atender pelo SUS para atender por plano de saúde ou em consultório particular.
Não satisfatório
A relação médicos do SUS/população tende a melhorar, garante o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos. Segundo o secretário, quando todos os cursos de Medicina do Ceará formarem turma, em média, serão graduados a cada ano, entre 600 e 700 profissionais. %u201CO Ceará ficou muito tempo sem formar médicos suficientes%u201D, pontua. %u201CEsse não é um índice satisfatório. Por isso, temos lutado para que se formem mais médicos no Estado e mais médicos assumam o serviço público%u201D, comenta, citando que a Secretaria investe em ações que incentivem a adesão dos médicos ao SUS. (com informações da Agência Brasil)
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Usado por grande parte da população brasileira, o SUS é carente. A carência de médicos na rede pública cearense é mostrada pela pesquisa do Ipea e pode ser vista ainda quando se observa a emergência de uma unidade de saúde.
Saiba mais
O Ipea avaliou, além da saúde, quesitos de educação, segurança pública, cultura, assistência social, transporte e presença de bancos públicos nos estados.
Dos 60.536 docentes do ensino fundamental, no Ceará, 41.528 têm formação superior. Já em relação aos 14.998 docentes do ensino médio, são 13.679 com graduação.
Na avaliação de itens da cultura, a pesquisa constata que, dos 184 municípios cearenses, 182 têm biblioteca pública, 156 têm locadora de vídeo, 132 têm provedor de internet e 164 têm ginásio/estádio poliesportivo.
Porém, o Ceará ainda é carente de outros equipamentos culturais. Há museu em apenas 54 cidades; teatro ou sala de espetáculo em 78; centro cultural em 71 e cinema em somente 17 cidades cearenses.
Mariana Lazari
marianalazari@opovo.com.br
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