segunda-feira, 12 de março de 2012

Mulher preside o TSE pela primeira vez na história

A mineira Cármen Lúcia foi eleita para substituir Ricardo Lewandowski à frente do principal Tribunal Eleitoral do País. É mais um avanço feminino na política.


Cármen Lúcia assume comando do TSE na última semana de abril
Cármen Lúcia assume comando do TSE na última semana de abril
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá, a partir de abril, a ministra Cármen Lúcia como a primeira presidente de sua história. A escolha dela já era esperada, pois o cargo tem de ser ocupado por um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e, tradicionalmente, por ordem de antiguidade. Carmem Lúcia substituirá o colega Ricardo Lewandowski.
 A ministra Carmem Lúcia recebeu seis votos -- de todos os presentes menos o dela. O vice será Marco Aurélio Mello, que apesar de ter sido nomeado ministro do Supremo no início dos anos 90 (ou seja, antes da colega), já ocupou a presidência do TSE por duas vezes. Cármen Lúcia será responsável por organizar as eleições municipais deste ano. Ela adiantou que conduzirá o tribunal com “honestidade e dedicação, dando sequência ao trabalho já realizado, com o compromisso de bem servir à República e ao povo brasileiro”. A ministra destaca que o ano de 2012 registra o octogésimo aniversário do voto feminino no Brasil e que as mulheres representam hoje 52% do eleitorado brasileiro.
 
Trajetória
A solenidade de posse deve ocorrer na última semana de abril, pouco depois de a ministra completar 58 anos de idade - o que acontece em 19/4. Ela assume a presidência para o biênio 2012/2014 e já inicia a gestão com o desafio de conduzir o processo eleitoral no Brasil, neste ano em que serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em mais de 5,5 mil municípios.
Cármen Lúcia Antunes Rocha, nascida em Montes Claros (MG), é a terceira filha entre seis irmãos. Desde cedo, dedicou-se à carreira jurídica. Formou-se em Direito pela PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), é mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral e ainda doutora em Direito de Estado pela Universidade de São Paulo. Atuou como advogada, foi procuradora do Estado e professora da PUC de Minas Gerais por mais de 20 anos, onde também coordenou o Núcleo de Direito Constitucional.
 Quem
ENTENDA A NOTÍCIA

Uma das características da atuação da mineira Cármen Lúcia como ministra do STF tem sido sua postura de muita firmeza nas decisões. Um estilo que se espera transferido agora para o TSE, garantido um forte combate às irregularidades nas eleições.