segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Jesus olha além das máscaras




Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse: - Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”. Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.O Evangelho deste domingo (Mt 23, 1-12) foi “radioativamente chernobitico”. Isto é, Jesus foi profundamente enérgico, exigente, claro e sem meios termos contra a hipocrisia dos fariseus. Os fariseus era um grupo de observantes e devotos, aliás, gente que tinha tudo para dar certo. Eles se debruçavam sobre a Escritura Sagrada de modo que eram fortes candidatos e potencialmente excelentes amigos de Deus. Mas, pelo visto tem sempre um ventilador voltado para a farofa. E o ventilador foi denunciado por Jesus: A vaidade, a ostentação, o esnobismo, a soberba, a ambição foram detectados e denunciados pelo Divino Mestre. Além destes vícios, estas lideranças religiosas, cegos pela própria hipocrisia, afundavam em faltas ocultas, alimentadas pela má fé. Jesus não os reprova, mas as ações e atitudes destes que ele tanto queria que mudassem, vivessem uma conversão sincera. Sinceridade, no caso dos fariseus, parecia uma virtude distante, esvaziada pelos vícios bastante consolidados neles. Sabe Filoteu, diz a Escritura que eles “dizem e não fazem” (v. 3). Seria muito pouco (e até inútil) só pensar no comportamento dessas lideranças e se espantar com o mal que faziam ou o bem que deixavam de fazer. Entretanto, cabe um questionamento a respeito do que dizemos crer e na verdade não vivemos. Nada de neuras ou de auto-acusações. Não servem de nada! Mas, uma boa reflexão, um bom exame de consciência, uma sadia vigilância para que a coerência não nos falte, com certeza, esse é um caminho seguro para dar conta do recado. Reconhecer a incoerência já é um ato de coerência e superar as contradições já é um meio certo de pisar firme no chão da verdade. Pois bem, a vaidade é como fumaça. É só glamour e só barulho, só visual, só aparência, só papo e “muito queixo”. Mas, tantas máscaras e tantas representações não vão dar em nada. Deus sabe, Deus vê não o personagem que se procura representar, mas Ele vê a pessoa que de fato se é. Somos o que somos aos olhos de Quem tudo sabe e tudo vê. Humildade, simplicidade, alegria, sinceridade, transparência, autenticidade. Eis a fórmula de uma vida feliz, tranquila, sem o jogo do esconde-esconde de quem tenta passar uma imagem. Serviremos o Senhor com toda humildade! Não somos necessários, talvez úteis. Hoje nos pedem para prestar esse serviço, para viver essa realidade, realizar esse apostolado: que seja. Não precisarão mais de nós: sem problemas! Além do mais, Deus não nos chamou a ser um sucesso, mas nos chamou a ser fiéis. Onde seremos fiéis, onde a fidelidade acontecerá? Na vontade do Pai! No que Deus tem para nós. A glória do cristão não é ser bem sucedido, receber aplausos, reconhecimentos e prêmios. A glória do cristão é a mesma de Nosso Senhor: fazer a vontade do Pai, estar na vontade do Pai, não se afastar da vontade do Pai e nela estar sempre. Se dela se apartar, para ela voltar, ou seja, para a vontade do Pai. Por isso, que na cruz Jesus era um vencedor, um glorioso, mesmo que se via apenas um derrotado, um fracassado, um alguém sem chance de convencer nada de nada a ninguém! E aí? Vencedor? Com certeza e com toda veemência! E então? Resta-nos tomar posse do que arrematou Jesus: “O maior entre vós é aquele que serve” (Mt 23, 11). Palavra libertadora de tantas ilusões, Palavra que nos arranca de não poucas desilusões. Servidores e nunca senhores, nem opressores, nem interesseiros egoístas e gananciosos. Um serviço generoso, gratuito, unicamente voltado para o bem de todos que nos foram confiados. Sem buscar outra coisa que a maior glória de Deus e o verdadeiro bem das pessoas, na perspectiva de que se tornem amigas e amigos de Jesus. O resto é resto.... Um abraço e bênção


FONTE: http://rapaduraespiritual.blogspot.com/2011/10/entao-jesus-falou-multidao-e-aos-seus.html