Movimento da Igreja Católica discute, em 2012, o SUS e pede mais solidariedade para os enfermos.
"Fraternidade e Saúde Pública" foi o tema escolhido para Campanha da Fraternidade deste ano. A abertura será realizada em dois momentos. O primeiro, hoje, às 18h30, com a celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, na Catedral Metropolitana e, a segunda, amanhã, às 9h, com coletiva à imprensa no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, com a presença do arcebispo de Fortaleza e autoridades ligadas à área da saúde.
A Campanha da Fraternidade, que é promovida todos os anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) durante a quaresma, tem como objetivo, em 2012, refletir a realidade da saúde pública no Brasil, em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos, além de mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
O lema da campanha é: "Que a saúde se difunda sobre a Terra". Para a Arquidiocese de Fortaleza, trata-se de um grito, um pedido. Rosélia Follmann, coordenadora da equipe de campanhas da Arquidiocese, comenta que a temática traz grande contribuição para os debates, uma vez que o tema passa a ser discutido não apenas pelas entidades eclesiais, mas por toda população civil. "Com isso, a igreja se faz voz, inclusive dos mais sofridos, dos menos favorecidos, aqueles que fazem fila nos hospitais públicos e postos de saúde".
Por outro lado, acrescenta a coordenadora, a ideia é não apenas debater o tema, mas fazer com que as pessoas procurem uma saída e se tornem mais solidárias com os enfermos. "Espero que possamos contribuir para que o Sistema Único de Saúde (SUS), que é muito bom, de fato seja uma conquista e realidade de todas as pessoas".
A temática, que tem tudo a ver com o Sistema Único de Saúde (SUS), deverá levantar algumas das fragilidades do sistema, sobretudo no que diz respeito ao financiamento. Arruda Bastos, secretário de Saúde do Estado, afirma que ficou muito feliz com a escolha do tema, e acrescenta que o Brasil é um dos poucos países do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem um sistema de saúde público universal.
Dentre as vantagens que destaca é que a discussão será feita em outra esfera (na igreja), o que considera uma força maior para aqueles que defendem a saúde pública. "Vamos conseguir regimentar mais forças em prol de uma saúde pública de melhor qualidade e com mais financiamentos, facilitando o acesso dos serviços de saúde de uma forma geral. Fico extremamente satisfeito com o tema e estou pronto para colaborar, dispondo dados, para que todos possam discutir com base".
Principais missas
Catedral Metropolitana
12h / 18h30
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
7h / 9h / 12h / 17h /18h
Paróquia Nossa Senhora da Paz
17h / 18h30
Paróquia São Vicente
6h30 / 11h30 / 17h30 / 19h30
Paróquia NossaSenhora do Carmo
8h / 17h
Paróquia dos Remédios
7h / 17h / 19h
Paróquia de Cristo Rei
6h30 / 17h
Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Messejana
7h / 19h
Paróquia Nossa Senhora da Glória - Cidade dos Funcionários
11h / 17h / 19h
Paróquia Santíssima Trindade - José Walter
7h / 19h
Paróquia Nossa Senhora da Assunção - Vila Velha
17h / 19h
Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Conjunto Ceará
7h / 19h
Quaresma tem início nesta quarta
Para os católicos, a data de hoje é sinônimo de preparação. A Quarta-Feira de Cinzas marca o início da Quaresma, período de purificação espiritual de 40 dias rumo a Páscoa, maior festa dos cristãos, em que é celebrada a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Nos templos de Fortaleza, por exemplo, as celebrações de imposição das cinzas são realizadas ao longo do dia.
"Nessa época, a Igreja faz um apelo muito forte à conversão das pessoas. Elas são convidadas a mudar de vida, de comportamento, tanto nos aspectos pessoais quanto sociais. E a refletir quais valores estão norteando suas vidas", destaca o padre Clairton Alexandrino, pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza, lembrando que a Quaresma é um tempo de graça.
O religioso explica a liturgia da Quarta-Feira de Cinzas, baseada na passagem bíblica escrita no livro do profeta Joel. "E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal", diz o versículo.
Nesta passagem, ressalta padre Clairton, o profeta convida a humanidade a modificar não o exterior, mas as atitudes erradas que nascem do interior do coração. Logo, o rito das cinzas serve para lembrar que somos pó e, no fim da vida, para o pó voltaremos, e que as coisas do mundo são passageiras.
"É preciso lembrar que, na Quarta-Feira de Cinzas, não devemos apenas nos humilhar, mas preparar nossas vidas para a passagem de Deus e, sabendo que temos que morrer para o pecado e viver para Cristo, que recebemos por meio da Ressurreição Dele", destaca.
Histórico
A Quarta-Feira de Cinzas existe desde o século VIII, com imposição das cinzas na cabeça do cristão, para que este se reconheça limitado, fraco e imperfeito, convertendo seu comportamento para Deus e mudando sua vida. As cinzas são resultado dos ramos secos, usados no Domingo de Ramos do ano passado que foram guardados e incinerados. Os ramos passam pelo fogo purificador do sofrimento, do aniquilamento do egoísmo e orgulho.
LUANA LIMA/RAONE SARAIVAREPÓRTER/ESPECIAL PARA CIDADE