sexta-feira, 1 de junho de 2012

SERTÃO CENTRAL: Ato pede segurança pública


Ibicuitinga. Uma marcha pela paz foi a forma encontrada pela população de Ibicuitinga para protestar contra insegurança na região. As armas utilizadas eram balões de ar brancos, simbolizando a paz. A manifestação, organizada pelo radialista Ildevan Barros, contou com o apoio de muitas famílias, comerciantes e de centenas de estudantes. Segundo ele, cerca de 1.500 pessoas participaram da caminhada clamando por segurança na cidade. Estão muito preocupados com a violência. Temem mais mortes violentas caso não sejam enviados reforços permanentes para a cidade.

Na opinião de Idelvan Barros, coordenador da emissora radiofônica comunitária FM Areia Branca, o assassinato do comerciante Francisco Genival de Freitas, 52 anos, no início da noite do último dia 24, foi o estopim para a população se revoltar contra o clima de insegurança. "O tráfico de drogas está se acentuando a cada dia. Para manter o vício, muitos dependentes químicos são capazes de qualquer coisa. Dois deles, um com 18 anos, e o outro com 15, tiraram a vida do amigo comerciante apenas para conseguirem alguns trocados e comprarem pedras de crack", explicou o radialista.

Moradores foram às ruas da cidade com faixas e carros de som protestar contra o assassinato de um comerciante e pedirem mais segurança.

O caso ganhou repercussão na região. O comerciante foi baleado na testa quando a dupla tentava assaltá-lo em seu estabelecimento. O menor foi quem apertou o gatilho do revólver. Genival, como era tratado pelos familiares e amigos, teve morte imediata. Os criminosos foram capturados pela equipe da Polícia Miliar local logo em seguida. Revoltada, a população cercou o destacamento policial. Houve tentativa de invasão. Muitos queriam linchar a dupla de assaltantes. Alguns pretendiam incendiar o prédio, mas como havia outras pessoas detidas e reforços foram enviados para o local, os ânimos foram contidos e a PM conseguiu controlar a situação.

O comerciante Antonio Adailton Lima, assistiu a revolta da população. Disse que também ficou revoltado. Quando resolveu montar seu mercadinho, há 10 anos, imaginava ter como única preocupação o possível calote de poucos fregueses na boca do caixa de seu estabelecimento. Com o passar dos anos, a preocupação passou para a falta de segurança. A cidade já foi fechada quatro vezes por bandidos, quando explodiram caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Bradesco. Para ele, a solução está no reforço do número de policiais. "A cidade conta apenas com três militares mas, embora pareça pequena, com pouco mais de 10 mil habitantes, precisa de pelo menos 12 para tranquilizarem os moradores e inibirem os crimes", estima.

A população também espera a presença mais frequente das equipes do Comando Tático Rural (Cotar) na cidade. Passaram apenas três dias e foram embora. Mas o curto período de permanência na cidade foi suficiente para dar um pouco de tranquilidade. A reportagem tentou contato com o comando do Cotar, mas até o encerramento desta edição não teve êxito. Entretanto, policiais da força especial criada recentemente pela PM informaram ter como estratégia de trabalho as ações itinerantes. Podem chegar de surpresa a qualquer instante. Estão preparados para permanecer por muitos dias até na caatinga.

Participação
1,5 mil pessoas, em média, participaram da manifestação pela paz e contra a violência no Município que tem população estimada em 11.335 habitantes

Mais informações

11º Batalhão Policial Militar sediado em Quixadá
Telefone: (88) 3445.1042
FM Areia Branca
Telefone: (88) 9412.8975

ALEX PIMENTELCOLABORADOR


FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1143757